segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Nos Estados Unidos, empresa descobre como produzir plástico a partir de esgoto

15:12, 3 03UTC novembro 03UTC 2011

Já é do conhecimento de todos que o petróleo perdeu seu monopólio na produção de plásticos – ao menos, já existem matérias-primas concorrentes, como a cana-de-açúcar. Tudo bem, o plástico vindo do petróleo ainda domina o mercado global. Mas os investimentos no Brasil e no exterior em alternativas de menor impacto ambiental aumentam gradualmente. E a criatividade de empresários e dos mais diversos profissionais prova que há ainda muitas formas não exploradas de reciclar e transformar materiais.

No país de Gales, sul do Reino Unido, está sendo construída a primeira ponte cuja estrutura é 100% feita de plástico reciclado. Do outro lado do oceano, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, uma empresa chamada Micromidas anunciou que consegue produzir plástico a partir da água de esgoto.

No País de Gales, a expectativa é que a ponte de 27,4 metros tenha uma vida útil de 50 anos. Para construí-la, foram usadas mais de 50 toneladas de plástico. A estrutura é capaz de suportar até 44 toneladas – mais do que o peso de alguns tratores. E a empresa responsável pelo material da obra, Vertech, garante que ela poderá ser reciclada após este período.

Já a invenção dos americanos pode ser explicada de uma forma simples: a Micromidas transforma a água de esgoto em um líquido semelhante a um caldo de galinha, que é misturado a um coquetel de bactérias. Estes microorganismos desencadeiam uma série de reações químicas e tornam o caldo mais espesso. A massa passa então por uma máquina extrusora, de onde saem os filamentos de plástico.

Os pesquisadores da companhia, até então, sabiam que o líquido continha um elemento químico que poderia ser utilizado para fazer plástico. O entrave para chegar ao produto final era descobrir um processo de extração e conversão do químico com custo competitivo quando comparado ao processo convencional.

O produto feito a partir do esgoto tem potencial para reduzir os gastos públicos na área de saneamento. Nos Estados Unidos, as estações de tratamento de esgoto processam mais de 567 milhões de litros de esgoto diariamente. Deste volume, cerca de 15,1 milhões sobram na forma de lodo, que não pode ser despejado nos rios ou no mar. O material, na maioria das vezes, é queimado ou levado para aterros sanitários – medidas que custam mais de U$ 200 milhões aos cofres americanos. No país, 5% do petróleo consumido no país é destinado à produção de plástico.

Os idealizadores do projeto acreditam que o plástico resultante da transformação do lodo do esgoto pode ser utilizado na produção do material que protege aparelhos de DVD, suportes de pacotes de garrafas, entre outros produtos que não sejam embalagens de alimentos e bebidas. A previsão é de que a tecnologia chegue ao mercado a partir de 2012.

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