domingo, 27 de novembro de 2011

Decoração ecológica

Plástico reciclado e resíduos da indústria madeireira entram na composição dos deques e pisos sustentáveis produzidos pela empresa TimberTech

Elisa Corrêa
FABIANO ACCORSI

Foi como consumidor que o ex-jogador de futebol Edu Gaspar, 33 anos, conheceu a TimberTech, empresa norte-americana que fabrica deques sustentáveis. Quando jogava no Valencia e vivia na Espanha, Gaspar reformou sua casa e usou os pisos da marca. Gostou tanto que, de volta ao Brasil, em 2009, quis instalar o mesmo tipo de deque no seu refúgio na praia. Foi quando descobriu que a empresa não tinha representantes no país. “Na hora me deu um estalo. Vi uma oportunidade de trazer um produto de alta qualidade e totalmente sustentável para o país”, diz. “Além disso, gostei da ideia de me associar a uma marca amiga do meio ambiente.” O que diferencia os deques e pisos da TimberTech é a composição: são fabricados com uma mistura de plástico reciclado e farinha de madeira produzida com os resíduos das indústrias. Como os pisos não lascam, não desbotam nem se deformam como a madeira natural, têm uma durabilidade maior — a garantia é de 25 anos, quando instalados em área residencial, e de dez anos, em área comercial. “A resistência é a do plástico, mas a textura é da madeira”, diz Gaspar.

Desde que o negócio foi aberto, em junho de 2010, o faturamento foi de R$ 1 milhão. Gaspar, que investiu R$ 600 mil na empresa, prevê um crescimento de 70% em 2011. Por enquanto, os principais clientes são arquitetos e o consumidor final. Mas o empresário também quer conquistar espaço nas construtoras. “Como se trata de um produto mais caro, estou encontrando resistência”, conta. “Mas a durabilidade compensa os custos.” A empresa conta com representantes no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo: a estratégia para o próximo ano é entrar nas lojas de decoração de alto padrão. “Vou montar displays, treinar vendedores, criar ambientes da TimberTech dentro das lojas”, diz Gaspar.

PRODUÇÃO LIMPA

O processo de fabricação dos pisos foi pensado para diminuir ao máximo o impacto ambiental: toda a água usada na fábrica é reaproveitada; em solo americano, os produtos são transportados por ferrovias, e não por estradas; os pallets de madeira utilizados para a movimentação dos pisos são reparados e reutilizados; e os resíduos de papelão e plástico são destinados a empresas terceirizadas, que fazem a reciclagem do material.

EMBALAGEM CERTIFICADA

As embalagens dos produtos TimberTech são produzidas com 43% de fibras de material reciclado, atendendo aos requisitos da Sustainable Forestry Initiative (SFI). A empresa também é membro do Green Building Council, associação de líderes da indústria da construção civil norte-americana, que busca fomentar a construção sustentável.

TUDO SE APROVEITA

Todos os pisos são fabricados com plástico reciclado e farinha de madeira, material produzido a partir dos resíduos da indústria madeireira que iriam parar nos aterros sanitários. Toda a poeira da farinha de madeira que é liberada durante a produção (cerca de 12.700 toneladas) é coletada e inserida novamente no processo de fabricação.

DURABILIDADE

Devido à composição, os pisos não precisam de pintura nem verniz, produtos químicos nocivos ao meio ambiente. Como não lascam, não desbotam nem se deformam como a madeira natural, têm uma durabilidade maior, evitando o desperdício gerado pela troca dos deques. Os produtos têm garantia de 10 a 25 anos, dependendo do uso.

domingo, 20 de novembro de 2011

Americano cria empresa de entrega de verduras e frutas frescas com bicicletas

Produtos são retirados de fazendas da região e preços de kits podem variar entre US$ 18 e US$ 40

Da Redação
  Divulgação
O empresário Randall Dietel fazendo uma de suas entregas
Para quem quer ter uma alimentação saudável, arranjar tempo para comprar frutas e legumes frescos – seja na feirinha de rua ou no supermercado – é uma tarefa que demanda um tempo muitas vezes escasso. Pensando nesse público-alvo, aVeloVeggies, empresa americana da cidade de Minneapolis, no estado de Minnesota, criou um sistema de delivery para esses produtos. E de bicicleta.

Além de vender kits com verduras e frutas frescas das fazendas locais e entregá-los diretamente na porta de seus clientes – com preços que variam de US$ 18 a US$ 40 (entre R$ 30 a R$ 70), dependendo do tamanho -, a empresa oferece um sistema de coleta de restos orgânicos. Basta requisitar e a VeloVeggies oferece uma lixeira para armazenar esses restos, que depois podem ser recolhidos e distribuídos entre jardineiros e fazendeiros parceiros, para serem usados como fertilizante ou depositados em lugares apropriados.

   Divulgação
O negócio foi idealizado por Randall Dietel, 25 anos, ciclista que imaginou o formato de sua empresa justamente pedalando pelos dias de verão de Minnesota. “Eu queria poder entregar comida boa e de verdade para as pessoas”, afirma. “E ainda por cima tenho chance de andar de bicicleta, o que eu amo.”

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Nos Estados Unidos, empresa descobre como produzir plástico a partir de esgoto

15:12, 3 03UTC novembro 03UTC 2011

Já é do conhecimento de todos que o petróleo perdeu seu monopólio na produção de plásticos – ao menos, já existem matérias-primas concorrentes, como a cana-de-açúcar. Tudo bem, o plástico vindo do petróleo ainda domina o mercado global. Mas os investimentos no Brasil e no exterior em alternativas de menor impacto ambiental aumentam gradualmente. E a criatividade de empresários e dos mais diversos profissionais prova que há ainda muitas formas não exploradas de reciclar e transformar materiais.

No país de Gales, sul do Reino Unido, está sendo construída a primeira ponte cuja estrutura é 100% feita de plástico reciclado. Do outro lado do oceano, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, uma empresa chamada Micromidas anunciou que consegue produzir plástico a partir da água de esgoto.

No País de Gales, a expectativa é que a ponte de 27,4 metros tenha uma vida útil de 50 anos. Para construí-la, foram usadas mais de 50 toneladas de plástico. A estrutura é capaz de suportar até 44 toneladas – mais do que o peso de alguns tratores. E a empresa responsável pelo material da obra, Vertech, garante que ela poderá ser reciclada após este período.

Já a invenção dos americanos pode ser explicada de uma forma simples: a Micromidas transforma a água de esgoto em um líquido semelhante a um caldo de galinha, que é misturado a um coquetel de bactérias. Estes microorganismos desencadeiam uma série de reações químicas e tornam o caldo mais espesso. A massa passa então por uma máquina extrusora, de onde saem os filamentos de plástico.

Os pesquisadores da companhia, até então, sabiam que o líquido continha um elemento químico que poderia ser utilizado para fazer plástico. O entrave para chegar ao produto final era descobrir um processo de extração e conversão do químico com custo competitivo quando comparado ao processo convencional.

O produto feito a partir do esgoto tem potencial para reduzir os gastos públicos na área de saneamento. Nos Estados Unidos, as estações de tratamento de esgoto processam mais de 567 milhões de litros de esgoto diariamente. Deste volume, cerca de 15,1 milhões sobram na forma de lodo, que não pode ser despejado nos rios ou no mar. O material, na maioria das vezes, é queimado ou levado para aterros sanitários – medidas que custam mais de U$ 200 milhões aos cofres americanos. No país, 5% do petróleo consumido no país é destinado à produção de plástico.

Os idealizadores do projeto acreditam que o plástico resultante da transformação do lodo do esgoto pode ser utilizado na produção do material que protege aparelhos de DVD, suportes de pacotes de garrafas, entre outros produtos que não sejam embalagens de alimentos e bebidas. A previsão é de que a tecnologia chegue ao mercado a partir de 2012.